LINHA DO TEMPO
Doação das Terras
Construção da Igreja
Chegada da Mogiana
Emancipação da Cidade
Um pouco de tudo
A ocupação deu-se provavelmente no início do século XVIII, com a formação do Arraial do Cervo, na freguesia de Santa Rita do Paraíso (Igarapava). A história da região denominada Sertão do Capim Mimoso (Franca) próxima aos Rio Pardo e rio Sapucaí tem início com os bandeirantes: a partir da bandeira do Anhanguera (o filho), em 1722, que construiu o “Caminho de Goiás”, ou “Estrada dos Goiases” que ligava a cidade de São Paulo até as minas de ouro de Goiás, que naquela época pertencia à Capitania de São Paulo. Abaixo ilustração de Bartolomeu Bueno da Silva, (Anhanguera).
As terras da cidade de Rifaina foram passagem para estes bandeirantes paulistas que seguiam em direção a Goiás. Toda essa região era habitada por índios caiapós, era conhecida como Desemboque devido à relativa proximidade ao povoado de Desemboque, situado no município de Sacramento, região sul das Gerais e, por aqui haver um local de embarque e desembarque de balsas que desembocavam no Rio Grande onde havia um “porto”. Este movimento migratório do sul mineiro, em especial da região do Julgado do Desemboque, possibilitou, juntamente com o movimento deste “Porto”, a formação do Arraial do Cervo.
Dessa forma, o Porto do Desemboque, entre Rifaina e Jaguara, possibilitou efetivamente a ocupação dessa região. Durante as ultimas décadas do século XVIII, essa parte das terras próximas ao Rio Grande foi ocupada por moradores rurais, que, dispersos, deram ao porto um movimento considerável.
Sabe-se por documentos que moradores abastados da região, movidos pelo Tenente-Coronel Manoel Pereira Cassiano, doaram um valor de quarenta alqueires de terras da Fazenda do Cervo – por isso o nome “Arraial do Cervo” – para a constituição do patrimônio de Santo Antônio, no dia 20 de janeiro de 1862, como se pode notar na tabela abaixo.
Em abril de 1873 foi criada a Paróquia de Santo Antônio da Rifaina, elevando o arraial à categoria de Freguesia. Apesar de ter sido elevada de categoria, o templo religioso só foi concluído em 1880, deixando a designação de capela para ser reconhecida como Igreja, abaixo com ilustra a foto. “Essa nova Igreja, de taipa, resistiu por oitenta anos, sendo conhecida como Igreja de Santo Antônio do Cervo, em alusão à antiga fazenda.”
Assim, foi criada a freguesia pertencendo ao município de Franca, dando início ao seu desenvolvimento político-administrativo. Nesta época, já apresentava certo progresso local em virtude da inauguração da estação da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, em 1888, a vila de Santo Antonio de Rifaina recebeu grande impulso em comércio e indústria oleira. Em 21 de Dezembro de 1921, houve transferência do distrito para município de Pedregulho e seu nome foi simplificado para Rifaina, vindo passar à categoria de município só em 24 de Dezembro de 1948.
Em 1971, o Reservatório de Jaguara inundou parte do município e da cidade de Rifaina, afetando a economia local, baseada nas culturas de milho, feijão, arroz e na indústria oleiro-cerâmica, ambas as atividades se valendo das várzeas do Rio Grande e submersas com o represamento provocado pelas Centrais Elétricas de Minas Gerais – CEMIG. A região passou e, continua a passar por vários processos, hoje a cidade se consolidou como MIT – Municipio de Interesse Turístico. Acesse mais fotos, CLIQUE AQUI
A origem do topônimo Rifaina já teve pelo menos quatro formas gráficas e duas interpretações: uma, que o liga a língua tupi, e outra, segundo a qual a origem da cidade seria portuguesa.
Segundo Vale ressaltar que a região já foi povoada por índios caiapos e, existiu um local de embarca e desembarque de balsas.
Rifaina, que segundo João Mendes de Almeida, seria corrupção de ‘’Ri-piâ-ñaî’’ (porto do caminho do rio, em tupi). E de fato, nossas pesquisas comprovam e deixam evidênciado que aqui existiu um local de embarque e desembarque das antigas balsas. Abaixo foto retirada dos arquivos do IGC-SP de um dessas balsas.
Por desconhecer que o nome já portava a denominação ‘’porto’’, dizia-se’’ Porto da Rifaina’’, em referência a um porto do rio Grande ou Paraná. De acordo com Wanderley dos Santos, essa interpretação, realizada no inicio do século XX, quando das comemorações do quarto centenário do descobrimento do Brasil, padece de um ufanismo que foi próprio da época, quando também se tentou atribuir uma origem tupi a topônimos como Casa Branca, Dourados, Mato Grosso entre outros. Na verdade, para Santos, ‘’Rifaina’’ deriva-se diretamente do português, tendo aparecido, inicialmente, como ‘’Arrifana’’ e ‘’Rifaina’’ (1823), ’’Rifaina’’(1865) e Rifaina, a partir de 1866, alternada como as duas ultimas.
O nome do lugar definiu-se, com a criação da paróquia, pela Lei nº 58, de 15 de abril de 1837, como ‘’Santo Antônio da Rifaina’’. Posteriormente, a Lei nº 829 de 21 de dezembro de 1921, simplificou o nome para Rifaina.
Arrifana, que teria originado o nome da cidade, tem origem em ‘’arrife’’, ou seja, “desbaste de arvoredo em linha reta, formando, uma abertura de alguns metros de largura; tênue camada de terreno, em que aparecem aqui e ali cabeçotes de rochas subjacentes: terreno de cultura disposto em tabuleiros socalcados, nas encostas; penedia cortada em prumo’’. Segundo Santos, essa descrição vai ao encontro dos caracteres da geografia local.
Formado em 1971, o Reservatório de Jaguara inundou parte do município e da cidade de Rifaina, afetando a economia local, baseada nas culturas de milho, feijão e arroz e na indústria oleiro-cerâmica, ambas as atividades se valendo das várzeas do Rio Grande e submersas com o represamento provocado pelas Centrais Elétricas de Minas Gerais – CEMIG.
Todavia, a formação do lago artificial abriu um novo leque de possibilidades econômicas para o Município de Rifaina, agora calcado na indústria turística, na qual a própria represa configura importante elemento de práticas esportivas e de veraneio.
O lago artificial formado apresenta um espelho d’água da ordem de 33 km2, com águas de baixa turbidez, que propicia a prática de esportes náuticos, pesca esportiva, mergulho arqueológico e de recreação. Suas margens são pouco florestadas, salvo em trechos mais íngremes, onde podem ser encontrados fragmentos florestais menos degradados, que funcionam como nichos de diversos exemplares da fauna silvestre.
Em termos de impactos biofísicos, a avaliação da Represa de Jaguara pode ser caracterizada como pouco impactada, ainda que este risco tenda a aumentar, haja vista o avanço da ocupação das margens por ranchos e casas de veraneio e a maior intensidade de utilização de embarcações motorizadas. A ocupação das margens, inclusive, conflita com a legislação ambiental, que prevê a manutenção de uma Área de Proteção Permanente – APP em suas margens, em conformidade com o Código Florestal Brasileiro.Por ser um reservatório de dimensões relativamente pequenas, situado a jus ante de uma represa de maior porte (UHE Estreito – Furnas), não se observam variações significativas do nível d’água, o que evita processos erosivos nas bordas, pelo embate das ondas.
Outro ponto positivo refere-se ao fato de a cidade de Rifaina passar a tratar os esgotos domésticos, que antes eram lançados in natura no corpo do reservatório. Por fim, sugere-se o estímulo ao desenvolvimento de projetos de pesquisa que busquem estabelecer a qualidade das águas do Reservatório de Jaguara e suas implicações ecossistêmicas, bem como sobre a ictio-fauna, objetivando o incremento da pesca artesanal e esportiva, que podem representar incrementos adicionais à economia do município.
O cerrado domina a vegetação local, e as florestas tropicais semi-decíduas restringem-se às encostas mais íngremes das cuestas. Nas porções menos íngremes do relevo, a cobertura florestal original foi removida em sua maior parte, permanecendo alguns poucos resquícios, em parte degradados.
A vegetação predominante no entorno da cidade é o cerrado, embora a região esteja em uma área de transição de cerrado com mata atlântica.
A flora do cerrado é riquíssima é a segunda maior formação vegetal do país, nela existem diversas formas de vegetação, desde campos sem árvores ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com florestas-galeria. As árvores mais altas chegam a 15 metros de altura e formam estruturas irregulares.
Apenas nas matas ciliares as árvores ultrapassam 25 metros e possuem normalmente folhas pequenas. Nos quentes campos rupestres estão os mais exuberantes e exóticos cactos, bromeliás e orquídeas, contando com centenas de espécies endêmicas. Alguns exemplos de arvores encontradas no cerrado rifainense são: Ipês, jatobá, ingá, buriti, pequi, jacarandá murici, mangaba, sucupira entre outras.
A fauna, também, apresenta grande variedade em espécies, são aproximadamente mais de 600 de aves, cerca de 50 de mamíferos, 30 de anfíbios e muitos tipos de artrópodes. Os animais mais populares aqui são o Lobo Guará, o Tamanduá-Bandeira, o tatu-bola, a onça parda ou suçuarana, o macaco prego, algumas espécies de aves como tucanos, gaviões, canários, alma de gato, pica-paus, beija-flores. E, ainda, algumas espécies de répteis como a cascavel, jararaca, o teiú, jibóia e a sucuri.
Esta rica biodiversidade não nos deixa dúvida que Rifaina tem o melhor, senão o maior potencial para prática do ecoturismo e turismo de estudo do meio da região.
Em termos geomorfológicos, o Município de Rifaina ocupa o flanco esquerdo do canyon do Rio Grande, com altitudes que variam de 550 m até próximas a 1.040 m na borda da escarpa. Este relevo se caracteriza como sendo de cuesta, marcado por uma escarpa íngreme e festonada, que separa duas superfícies planálticas, em cotas diferentes e formadas por relevo mais suave (IPT, 1981).
A geologia do município é formada por rochas metamórficas pré-cambrianas do Complexo Canastra (idades superiores a 560 milhões de anos), recobertas por rochas sedimentares das formações Botucatu e Pirambóia (que datam da Era Mesozóica – 60 a 250milhões de anos), ambas constituintes do chamado “Aqüífero Guarany”, importante reserva hídrica subterrânea das regiões sudeste e sul do Brasil.
Acima dos arenitos, ocorrem rochas basálticas com 132 milhões de anos de idade, referentes à Formação Serra Geral, e que representam antigos derrames de lava e caracterizam o topo da escarpa da cuesta (Etchebehere e tal., 2007).
Os solos do município são arenosos, destacando-se aqueles derivados dos arenitos Botucatu e Pirambóia.
O www.turismorifaina.com.br é uma idéia bem simples: construir de forma coletiva uma plataforma que reúna informações sustentáveis do uso correto dos atrativos turísticos reunindo de maneira colaborativa um grande acervo com informações em texto, vídeos, fotos, áudios, mapas, roteiros e etc. Ou seja, um site/portal onde a publicação de conteúdo feita pelos seus idealizadores será de maneira simples como nos blogues.
Este projeto também busca levantar o potencial turístico dos atrativos paisagísticos do Município de Rifaina (SP) e avaliar, preliminarmente, os impactos ambientais decorrentes do uso público desses atrativos. Em passado recente, este município tinha sua economia concentrada em atividades rurais (pecuária, plantações de milho, arroz e feijão) e na indústria cerâmica (produção de tijolos, telhas e manilhas), em grande parte desenvolvida na várzea do Rio Grande antes da construção do reservatório da Usina Hidrelétrica de Jaguara.
Carta de Intenções
Este projeto não é apenas um portal de web 3.0, é também uma ferramenta de pesquisa em diversos seguimentos: das ciências sociais, da geologia, da história, geografia, antropologia, fotografia, artes, cultura digital entre outros. Este resgate torna os membros da comuna em protagonista, expondo assim uma visão crítica do momento sensível de criadores e criaturas.
Esta articulação em rede e colaborativa busca motivar as novas gerações neste resgate da história material e imaterial e evidenciá-las numa série de ações socioculturais e socioambientais em conjunto com nossos parceiros, bem como, mostrar de maneira cronológica o desenvolvimento profissional expondo uma visão dialética de salva-guarda do patrimônio natural, material e imaterial.
Este projeto quer abranger o maior número de pessoas possível, de diversas idades e níveis sociais. Todos têm direito de ver e apreciar a história de onde vivem e as maravilhas naturais de nossa região.
O Projeto Turismo Rifaina busca contribuir para a identificação dos impactos do uso público em atrativos turísticos do Município de Rifaina (SP), com a geração de conhecimento que possibilite subsidiar as ações de planejamento turístico, tais como:
- incremento do turismo sustentável;
- diminuição da degradação ambiental;
- monitoramento efetivo da atividade;
- programas de educação ambiental e de divulgação turística (mapas, rotas e sinalização);
- formação de recursos humanos, entre outras.
Neste projeto, abordamos a questão dos impactos ambientais dos atrativos paisagísticos que têm sido alvo de algum tipo de visitação turística. Esta abordagem é feita mediante a aplicação preliminar do Método VIM (Visitor Impact Management), em alguns casos de forma genérica, como nas encostas das cuestas, que ocupam uma área de maior extensão e abrange atrativos diversificados. Grosso modo, o impacto ambiental da atividade turística nos atuais atrativos pode ser considerado como de pequena monta, em especial levando-se em conta que a ocupação territorial já provocou diversos e mais profundos impactos nos meios físico e biótico do território municipal, em função de diversas formas de uso e ocupação do solo em tempos pregressos.
Dos atrativos paisagísticos abordados, a Represa de Jaguara e sua orla (que inclui a Praia de Rifaina) continuarão a ser o “carro-chefe” da economia turística local. Os demais atrativos demandam melhor mapeamento e caracterização – o que estamos fazendo – bem como de regulamentação para sua efetiva visitação. A reativação da ferrovia turística, que já foi um dos pontos altos da atratividade do Município de Rifaina, deve demandar maiores investimentos e esforços políticos, devido ao fato de já estar paralisada há bastante tempo, correndo riscos cada vez maiores de deterioração do patrimônio existente.
Outras possibilidades como o turismo rural e o próprio ecoturismo em bases sustentáveis, precisam ser trabalhados adequadamente, antes de se tornarem efetivos instrumentos de aproveitamento socioeconômico, sem correr os riscos de pauperação e até mesmo serem anuladas como atrativo. Merece especial atenção a necessidade de mais estudos técnicos sobre as escarpas da cuesta e mesmo da sanidade e higidez das águas superficiais do município, bem como dos remanescentes bióticos e abióticos ambientais. Para isso, seriam recomendáveis gestões no âmbito de instituições de ensino e pesquisa da região, para a implantação de projetos de pesquisa técnico-científicas, almejando melhor conhecimento dos atrativos paisagísticos, da potencialidade turística e dos impactos ambientais decorrentes dessas atividades.
Outro ponto que merece atenção especial dos poderes públicos refere-se à questão da infra-estrutura turística, que precisa ser ampliada e melhorada para receber mais visitantes e ofertar-lhes, em condições turisticamente sustentáveis, maior número de atrativos, incluindo a observação isenta e controlada da natureza. Melhorando-se tal aspecto, pode-se afirmar que o Município, em decorrência de sua posição geográfica, poderá servir, igualmente, de base para os visitantes que se interessem também por atrações situadas em áreas vizinhas, que abarcam, entre outras, as seguintes ofertas:
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Parque Nacional da Serra da Canastra (50 km de distância);
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Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus (Pedregulho-SP 25 km)
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Gruta dos Palhares (Sacramento-MG 35 km; a maior em arenito do Brasil);
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Patrimônios históricos, como a Vila de Desemboque (Sacramento-MG; 60 km de distância), que inclui igrejas do início do séc. XVIII riachos e cachoeiras com águas cristalinas e isentas de poluição;
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Centro calçadista de Franca (60 km de distância);
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Fazenda Santa Maria (Conquista-MG; 30 km);
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Museu do Dinossauro (Peiropolis-MG; 75 km );
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Museu Cândido Portinari (Brodowski-SP 120 km);
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Complexo Grande Hotel (Araxá-MG 100 km).
Espera-se que as considerações contidas nas pesquisas do projeto Turismo Rifaina, ainda que preliminares, possam servir de alento a novos projetos de pesquisa sobre o aproveitamento turístico de atrativos paisagísticos e contribuir, assim, com a economia de um município que foi bastante afetado com a inundação, portanto, conclui-se que resgatar a história material e imaterial e evidenciá-las neste portal, numa série de ações em conjunto com a comunidade, bem como, mostrar de maneira cronológica o desenvolvimento profissional expondo uma visão critica, dialética e ao mesmo tempo sensível de salvaguarda dos patrimônios.
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